Imagens mostram aluno entrando em escola após ser esfaqueado no RS

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Imagens das câmeras de segurança da Escola Protásio Alves, em Porto Alegre, mostram o momento em que um aluno de 18 anos entra no local para pedir ajuda após ser esfaqueado durante o assalto. Denner Felipe Schavinski Centeno, de 18 anos, foi ferido com um golpe de faca no peito na noite de quarta-feira (8), minutos depois de sair do colégio, onde estuda no turno da noite. Ele segue internado em estado grave no Hospital de Pronto Socorro (HPS) da capital.
Mesmo ferido, o estudante conseguiu caminhar até a escola. O vídeo mostra que o jovem ainda estava lúcido ao entrar no local. Ele mostrou o ferimento da faca no peito e foi socorrido por funcionários.
O assalto ocorreu por volta das 20h ao lado de uma parada de ônibus na Avenida Ipiranga, a 100 metros do colégio. Um outro estudante estava junto de Denner no momento da abordagem do criminoso.
"Ele [o assaltante] já chegou e falou: 'Me dá o celular, eu quero o celular'. Eu sei que ele chegou bem perto dele, e eles meio que começaram a se empurrar. Ele [Denner] tentou reagir ao assalto e depois eu só vi ele correndo em direção ao colégio", lembra o amigo, que é menor de idade e não quer ser identificado.
O aluno de família humilde tinha uma jornada puxada para tentar uma vida melhor. Fazia estágio em um fórum durante o dia e estudava à noite.
"É um menino saudável e que conhece todo mundo. Todo mundo se sensibilizou. Ele é um guri do bem. Até a opção para trazer ele para a Escola Protásio Alves foi minha. Eu estudei aqui. Não podemos culpar o colégio. Infelizmente, é o governo que nos deixa desamparados", diz a mãe de Denner, Lisiane Schavinski.
A agressão gerou repercussão em toda a cidade. Pela manhã, a escola amanheceu com uma faixa pendurada no portão, e cerca de 300 colegas protestaram pedindo mais segurança. O grupo de estudantes deixou a sala de aula por volta das 9h e trancou uma das principais vias da capital. Eles saíram do colégio caminhando pela Avenida Ipiranga até o Palácio da Polícia. No início da tarde, um novo protesto foi organizado em frente à escola, bloqueando novamente o trânsito.
Pela noite, mais um protesto foi realizado para pedir mais segurança nas imediações da instituição, próxima à esquina entre as avenidas Ipiranga e Erico Verissimo. Segundo a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), havia cerca de 150 pessoas no local pouco antes das 20h.
A direção do colégio diz que o número de assaltados nas redondezas tem aumentado e ocorrem em todos os turnos.  "Mais um, entre tantos nesses últimos dias. Foram de 15 a 20 assaltos semanais aqui, manhã, tarde e noite. Só esse pela primeira vez foi esfaqueado. Toda a escola está assustada, todos os alunos estão assustados", diz a diretora Ana Maria de Souza.
Em nota, a Brigada Militar disse que se reuniu com a direção do colégio e traçou estratégia para reduzir número de roubo a pedestres. O policiamento nas imediações deve ser intensificado.
Veja a íntegra da nota da Brigada Militar:
"O comando do 1º Batalhão de Polícia Militar reuniu-se nesta quinta-feira, com a direção do colégio Protásio Alves e comunidade escolar, onde foram ouvidas as reivindicações do seguimento e juntos traçaram uma estratégia onde a medida principal é reduzir o número de roubos a pedestres. Dentre as ações está a intensificação de policiamento nas imediações, dentro da área de ação do batalhão, além de palestras de segurança com intuito de orientar os alunos sobre a conduta segura. Cabe salientar que existe um PM residente na escola e que constantemente é visitada pela Patrulha Escolar do 1º BPM. Na oportunidade a Brigada Militar orienta quanto a importância da realização do Boletim de Ocorrência".



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